A VIDA E MORTE DOS MAMONAS ASSASSINAS
A VIDA E MORTE DOS MAMONAS ASSASSINAS.
SAMUEL, JÚLIO, DINHO, SÉRGIO, BENTO
Por Anderson dos Santos Gonçalves
Este ano de 2020 marca 24 anos do acidente que matou todos os integrantes da banda Mamonas Assassinas. A data rapidamente virou um dos temas mais comentados no Twitter. Os usuários da rede social se dividiram entre saudade e críticas à qualidade musical. O grupo fez um grande sucesso no Brasil durante cerca de um ano e meio. No dia 2 de março de 1996, os músicos foram vítimas de um acidente aéreo na região da Serra da Cantareira.
Provavelmente, quem viveu a intensa década de 1990, acompanhou a ascensão meteórica dos Mamonas Assassinas. A banda foi formada por cinco jovens no município de Guarujá, São Paulo. Além disso, ela estourou nas rádios brasileiras e fez todo mundo cantar hits que mesclavam melodia envolvente com letras engraçadas e escrachadas. Era o auge do Comedy rock, também conhecido como rock cômico.
Primeiramente, o gênero, que ganha cada vez mais representantes nos últimos anos, mistura o som do rock and roll com sátiras e outras formas de comédia. Além disso, ele também consiste em regravações de músicas famosas, com certas modificações. Apesar disso, músicas originais também são comuns.
As pessoas criaram a ilusão de que se os Mamonas Assassinas não tivessem morrido, teriam perpetuado o sucesso, seriam tipo Beatles. Menos, bem menos. Foram um sucesso de momento, como É o Tchan, Vai Lacraia, Rouge... a tragédia deles é que marca a história.
Certamente, até aquele momento na indústria fonográfica brasileira, uma das poucas bandas de sucesso que se arriscavam no gênero era a banda Raimundos. Apesar disso, eles pendiam bem mais para o rock pauleira do que para a comédia escrachada.
Acima de tudo, os Mamonas Assassinas não estavam apenas na boca dos jovens da época, como também atingiu cada pessoa que acompanhava o cenário musical nacional da época.
Mesmo se você não for um fã do grupo, provavelmente já ouviu falar da voz da banda: Alecsander Alves, mais conhecido como Dinho. Apesar da popularidade, ele não é o fundador do grupo.
Baiano de nascença e paulista de vivência, Dinho foi incorporado ao grupo em julho de 1990. Ele estava assistindo um show da banda Utopia (guarde esse nome), quando subiu ao palco para cantar a música “Sweet Child O’ Mine“, dos Guns N' Roses.
Acima de tudo, sua inabilidade com o inglês foi notória na apresentação. Apesar disso, seu enorme carisma e sua presença de palco lhe garantiram o posto de novo vocalista do grupo.
A banda Utopia era formada inicialmente por Sérgio Reoli, Samuel Reoli e Bento Hinoto. Posteriormente a entrada de Dinho, o grupo viria a contar com seu quinto integrante, Júlio Rasec. Assim se formava o quinteto que viria a ser conhecido como Mamonas Assassinas.
Vamos voltar um pouco no tempo? Inicialmente, em março de 1989, os irmãos Samuel e Sérgio Reoli conheceram, Maurício Hinoto, irmão do guitarrista Alberto Hinoto, o famoso Bento, para a formação de um grupo musical. Consequentemente, após conheceram o guitarrista, o trio começou a formar sua própria banda.
Certamente, um detalhe importante é que Samuel não se interessava muito pela música. Apesar disso, ao ver seu irmão tocar, decidiu aderir à banda na função de baixista.
Por fim, os três formaram o grupo musical denominado Utopia. Além disso, a banda realizava covers dos principais sucessos musicais da época.
MUDANÇA DE ESTILO
Após a entrada de Dinho, os shows da banda começaram a ganhar mais público e, consequentemente, notoriedade. Desta forma, a banda decidiu lançar seu primeiro disco. Basicamente, ele era formado por covers de grandes grupos musicais. Apesar disso, a coletânea não fez o sucesso esperado.
O resultado foi uma mudança drástica no estilo musical. O grupo passou a realizar paródias. Sua principal marca é certamente a irreverência e a descontração.
Por fim, após um show realizado em Guarulhos, o grupo conheceu Rick Bonadio, produtor musical de sucesso. Ele auxiliou na gravação de uma demo.
Duas músicas iniciaram a trajetória do grupo nos estúdios: Pelados em Santos e Robocop Gay. Também houve uma modificação no nome da banda. Primeiramente, foi sugerido “Mamonas Assassinas do Espaço”. Apesar disso, o nome ficou reduzido apenas para Mamonas Assassinas.
ASCENSÃO
Primeiramente, os Mamonas Assassinas enviaram a demo com as duas músicas já existentes, acrescida de Jumento Celestino, para três grandes gravadoras: Sony, Music e EMI, e foi na última que o objetivo foi alcançado.
Após a gravação do disco, o grupo saiu em turnê pelo Brasil. Aliás. Três milhões de cópias de discos foram vendidas em menos de um ano. Além disso, foi a primeira vez que isso aconteceu até aquele momento na história da música brasileira.
Logo após o sucesso estrondoso, apresentaram-se em programas de televisão de grande audiência. Eles finalmente ganharam o Brasil, apresentaram-se em quase todo o território nacional.
FIM TRÁGICO
Primeiramente, em 1996, os Mamonas Assassinas planejavam uma turnê internacional, com partida para Portugal em 3 de março. Apesar disso, uma grande tragédia atingiu o grupo.
Em 2 de março de 1996, o jatinho da banda, que partia de Brasília em direção ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, chocou-se com a Serra da Cantareira, matando toda a tripulação presente no veículo.
Por fim, na versão do Departamento de Aviação Civil, o equívoco foi do piloto. Ele deveria ter feito a manobra para a direita, para realizar um pouso seguro. Porém, acabou virando à esquerda, acarretando no trágico acidente.




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