ABORDAGEM GEOGRÁFICA E A OBSERVAÇÃO PELA PERCEPÇÃO EM PESQUISA DE CAMPO.



ABORDAGEM GEOGRÁFICA E A OBSERVAÇÃO PELA PERCEPÇÃO EM PESQUISA DE CAMPO

Anderson dos Santos Gonçalves   



RESUMO 

Texto elaborado o qual se trata da relação entre a produção e a evolução em vários aspectos dentro do território da cidade de Parauapebas no estado do Pará, a partir da ideia de pesquisas de um professor em suas análises teóricas, trabalhos de campo, busca por conhecimentos com entrevistas em um período de 15 anos, com o único objetivo de apresentar ao leitor suas reflexões que surgiram durante todo esse processo de pesquisas com base em perspectivas e em evidências empíricas desta região geográfica na Amazônia. 


ABSTRACT 

Elaborated text which deals with the relationship between production and evolution in various aspects within the territory of the city of Parauapebas in the state of Pará, from the idea of research of a professor in his theoretical analyses, field work, search for knowledge in interviews over a period of 15 years, with the sole objective of presenting to the reader his reflections that emerged during this entire research process based on perspectives and empirical evidence of this geographic region in the Amazon.


PALAVRAS-CHAVES: Percepção; Parauapebas; Evolução; Amazônidas, Recursos


1.      INTRODUÇÃO

 

De antemão deixo aqui o agradecimento ao meu professor Dr. Wallace Pantoja por ter trabalhado conosco um ciclo de palestras onde discutimos processos variados do espaço amazônico, suas perspectivas, problemáticas e possíveis soluções a determinados desafios que encontramos no decorrer de todo o processo de pesquisa. Tive a oportunidade de trabalhar e usar como base de pesquisa o artigo do professor Dr. Átila Kizan que tem como título “Parauapebas em dois tempos: Perspectivas teóricas e evidências empíricas de um professor-pesquisador”. O presente artigo possui um texto de amplo conhecimento onde sua pesquisa se relaciona exatamente à análise desta atividade. Trabalhar o contexto dentro das especificidades da geografia amazônica da região de Parauapebas através da trilha de pesquisas do autor, nos faz compreender os registros que o mesmo fez nos anos de 2006 e 2021 por conceitos de áreas por um ponto de vista metodológico em relação às áreas de impacto ambiental, formação do espaço, sua introdução no papel mercadológico por uma esfera global e as problemáticas causadas pelo processo minerador, e onde essa atuação acaba contribuindo para uma mudança na vida da sociedade como um todo. Assim como o autor faz uma breve explanação sobre a sua vida pessoal, suas experiências na pequena cidade onde nasceu e as características que ele aborda do pertencer ao espaço de sua natureza, sua cultura e o contraste entre a mudança dentro de um processo da cidade do interior para a capital. Ele faz relação da vida no campo em sua infância e suas novas perspectivas na cidade grande, a metrópole com seus arranhas céus, edifícios possuindo 40 andares ou mais (skyline), destacando Trindade Jr (2018). É bastante interessante notar que esse contexto abordado pelo autor lhe trouxe uma grande experiência e como ele mesmo cita, lhe possibilitou um forte enraizamento com a escala geográfica local e regional. O simbolismo lúdico e objetos utilizados aos elementos naturais como o rio, suas histórias de vida nas idas e vindas, dando o exemplo do trapiche em sua cidade de infância o qual marcava encontros e desencontros daquela pequena sociedade. Esse sentimento de pertencimento, de romantismo ao seu local de nascimento, todo esse processo apresenta de uma forma direta a morfologia do lugar (urbana), pois mostra a especificidade de uma cidade ribeirinha da Amazônia. É exatamente por esse viés de entendimento que o autor traz essas características à pesquisa  acadêmica em seu processo de experiências.

 

A “cidade da floresta” quando o autor cita (TRINDADE JR, 2010), verifica-se que a dinâmica dentro desse estilo inicial da floresta e suas matas não tão degradadas, aquele estilo de vida rural tradicional, onde o modernismo não atua, lhe adiciona este título como uma cultura que nasce com suas raízes e ainda assim, entra no processo de estudos e pesquisas. Entretanto segundo (PORTO-GONÇALVES, 2001), a região e seus amazônidas de uma forma homogênea, mas sim é uma Amazônia diversificada e estamos falando do ponto de vista físico e humano e isso contribui de uma forma extensa às pesquisas de compreensão do autor. O interesse argumento do autor é visível em sua obra quando ele relata que ao entrar na universidade, ao se deparar com os conceitos de “Geografia da Amazônia” e “Geografia do Pará” suas percepções a esse espaço foram completamente esclarecidas e moldadas, fazendo com que sua paixão se tornasse única por esse conceito de uma geografia de sua própria identidade, misturadas com um romantismo local e sentimento de pertencimento. Tais disciplinas que lhe trouxeram um interesse tamanho e que o possibilitaram de trabalhar pesquisas de campo, as quais foram de grande importância para seu TCC, que no caso, defendido em 2007, trabalhando o desenvolvimento sócio espacial na pequena comunidade de Boa Vista no município de Oriximiná, no baixo Amazonas. É de grande importância lembrar que o trabalho de pesquisa do professor Átila está de alguma forma relacionada à evolução de cidades Amazônicas como a referida cidade acima citada, pois está localizada ao lado de Porto Trombetas, cidade-empresa criada pelo projeto de Trombetas. Uma cidade remanescente de quilombos que se tornou a primeira no Brasil a ter a titulação garantida2 .




––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

 

2 A comunidade quilombola de Boa Vista conta com cerca de 200 famílias e ocupa uma área de 1.125 hectares. Ela está localizada às margens do rio Trombetas no município de Oriximiná (PA), ao lado da área da Mineradora Rio do Norte (MRN), tendo sua titulação reconhecida em 1995.





2.      INICIANDO SUA JORNADA

Relata o autor que em 2003 iniciou sua jornada como professor atuando no ensino médio e posteriormente no ensino superior. Recorda que na época as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ainda não eram utilizadas como forma de ingresso às universidades, pois as mesmas possuíam seu próprio processo seletivo. No caso da UFPA e da Universidade do estado do Pará (UEPA) nas elaborações de seus processos, davam ênfase à dinâmica Amazônica, dando prioridade ao estado do Pará. Buscando uma melhor compreensão do candidato em relação ao local/espaço/região; nesse sentido, como professor de geografia, os alunos sempre buscavam conhecimento em suas aulas, principalmente devido ao fato de ser um amazônida advindo de regiões ribeirinhas, como experiência clara de sua vivência em todo o seu processo de construção como pessoa e na vida acadêmica. Em suas atividades de sala de aula ou campo, o professor Átila trabalhou na organização do Encontro de Geopolítica da Amazônia (EGA), que no período de um ano contou com nove edições, temas bastante variados onde ele usava em suas avaliações com seus alunos, dando prioridade às especificidades amazônicas. Neste encontro tiveram a presença do Jornalista Lúcio Flávio Pinto, uma personalidade bastante influente na região que busca o conhecimento da dinâmica amazônica.


“Em função do meu trabalho como professor, tive a oportunidade de realizar palestras em diversas cidades do estado do Pará, a exemplo de Altamira, Vitória do Xingu, Marabá, Santarém e Oriximiná o que me possibilitou conhecer, in loco, as discussões travadas em sala de aula e repensar o papel do trabalho de campo na compreensão do espaço geográfico por meio da observação direta, como indicado por Humboldt (1874) e AB ‘Saber (2004;2007).” (KZAM, 2021).


Seu mestrado foi concluído no ano de 2015 onde ele analisou os projetos de fragmentação territorial do Pará: Carajás e Tapajós e a partir daí deu início à sua atuação como docente no ensino superior, sendo aprovado como professor efetivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Esta nova etapa de sua vida lhe trouxe possibilidades de ampliar seu conhecimento e campo de pesquisa, pois suas disciplinas dentro do ensino superior se destacaram em Espaço Amazônico I, II e Geografia dos Municípios Paraenses o qual se tornaram uma porta aberta para ampliar as perspectivas teóricas  para compreensão regional.

 

Sua contribuição à pesquisa é de uma importância tamanha, pois pelos estudos elaborados e suas viagens a determinados locais do estado, possuem uma característica única e rica de conhecimento, pois para Humboldt (1984) “as evidências empíricas não são menos importantes que o conhecimento científico”. O autor acredita que a intuição através do método da observação o levaria a compreender de uma forma mais esclarecida o “empirismo raciocinado”. Um de seus grandes projetos de pesquisa foi uma excursão que organizou com 40 alunos no ano de 2006 com o intuito de conhecer as instalações do Projeto Ferro-Carajás (PFC), que está localizado no Município de Parauapebas no Sudeste paraense. (mapa 1)



Mapa de localização do município de Parauapebas

               Fonte: Carlos Eduardo Aguiar de Souza Costa, 2020.



Uma viagem de campo que trouxe uma outra perspectiva aos discentes que participaram dessa nova jornada a um “desconhecido” o qual eles mesmos estavam infiltrados e não conheciam seu mundo ao redor. O professor Átila, autor desta obra de análise lembrou da pergunta que o Jornalista Lúcio Mauro Filho sempre faz em suas viagens e interrogou aos seus discentes que, de todos os alunos presentes quem seria paraense ali. Pela lógica a maioria levantou as mãos afirmando sua naturalidade, mas o objetivo do professor era saber se seus alunos conheciam algumas cidades do estado do Pará como Marabá, Altamira ou Santarém e, entretanto, e para sua surpresa a maioria não conhecia, contudo conheciam muito bem grandes metrópoles do sul e sudeste do Brasil. O foco principal do professor Átila era justamente provar que muitas pessoas não possuem vivências de seus locais de origem, o sentimento de pertencimento de sua terra natal e assim, não tem conhecimento de sua morfologia, suas características quanto ao relevo e como se transformam dentro de um processo de evolução, mesmo sendo cidades do interior do estado. Por sua análise, percebe-se que seus alunos apenas possuem um breve conhecimento da região metropolitana da capital paraense e como citou, uma das praias principais de Salinas, no nordeste do estado onde se concentra a massa da elite em seus momentos de lazer.

Apresentar o estado do Pará não só por suas características geomorfológicas, mas como uma das mais importantes economias do país, cito à região de exploração das riquezas naturais; ainda assim seus alunos não tinham interesse em conhecer o estado do Pará, como citou “...o estado do Pará não está no roteiro de muitos” (KZAM, 2021). A observação proposta por parte do professor ponderada em Porto Gonçalves (2001, p.10) aos seus alunos sobre a diferenciação desde a saída de Belém, foi de grande importância para essa análise de diferentes geomorfologias. Citou “há várias Amazônias na Amazônia”, se referindo a heterogeneidade da região, tanto humana quanto natural. Observar o tipo de relevo da cidade de Belém e sua cota topográfica que mais elevada não ultrapassa 25 metros. A partir daí dando orientação a seus alunos, os apresentou o relevo de Belém como planícies de tabuleiro litorâneo (Ross, 2011). Entretanto no decorrer de sua viagem, perceberiam a mudança com o distanciamento.

Isso ocorre quando se viaja pela Rodovia PA 475, rumo ao sudeste do estado é perceptível a mudança radical e como citou, logo todos se deparariam com uma geomorfologia diferenciada, a qual Ab’Saber (2004) assim descreveu em seu livro “Os Domínio de Natureza no Brasil, potencialidades paisagísticas”.



A geomorfologia da área oriental da Amazônia, onde se desenvolve o Projeto Grande Carajás, é toda constituída por grandes extensões de terras baixas colinosas – tabuleiros, baixos platões, relevos cuestiformes, colinas ligeiramente mamelonizadas, situadas em terrenos rebaixados até 600- 800km para o interior, onde a Serra dos Carajás quebra a monotonia relativa (AB’SABER, 2004, P.67).



3.      ANALISANDO A GEOMORFOLOGIA DA REGIÃO 

É interessante abordar a questão da geomorfologia da região da cidade de Parauapebas e todo o complexo onde se situa o Projeto Grande Carajás, e como diante de uma área um tanto acidentada, conseguiram firmar a mineradora e todo o seu complexo em determinada harmonia com a natureza e a sociedade que mora na localidade. É claro que algumas áreas de periferia ou palafitas necessitam de uma reorganização e uma cartografia social mais elaborada com políticas públicas que venham entender a situação verdadeira daqueles que habitam áreas de vulnerabilidade social, mesmo estando praticamente ao lado de uma das grandes mineradoras do mundo, separados pela barreira de sua situação social daquele momento.

 

Ao se deslocarem juntamente com o professor Átila, foi lhes informado que ficassem atentos no processo de toda a viagem e que ao se aproximarem da cidade de Goianésia do Pará, os alunos fizessem uma correlação com as características fisionômicas da região de Belém com a cidade a qual se aproximavam. Uma vez um relevo plano em Belém, naquele momento em outra cidade o relevo se torna cada vez mais acidentado com as suas tão conhecidas subidas e descidas (ladeiras). Citou (ROSS, 2011) “Uma depressão periférica do Sul do Pará, unidade de relevo distinta a que se encontra em Belém”.

 

A percepção de mudança de cidades é notável, até chegar na cidade de Parauapebas e conhecer todo o complexo construído naquele local de depressões salientes e morros acidentados com poucos terrenos planos. O professor Átila na oportunidade apresentou a seus alunos toda a história desse grande projeto, seu crescimento, investimentos, desafios enfrentados na separação da empresa sócia Americana, onde possuía nas mãos 49% das ações, pois trabalhava na produção mineral por manganês. “Contudo, sete anos depois, a empresa norte-americana se retirou do consórcio sob a alegação de que o baixo preço do minério de ferro no cenário internacional inviabilizaria os investimentos colossais da extração dessa comomodity” (KZAM, 2021). Na verdade, todos os projetos em Carajás tinham também determinados objetivos de se trabalhar por uma lógica mais externa, com a expansão de uma maior consciência ambiental naquela região, entretanto diante da crise que o país enfrentou nos anos 80 por vários fatores que incluíam também a questão da importação de matéria prima; então diante desse dilema o governo federal viu em Carajás um meio de salvação, de recuperação econômica brasileira, pois sabia que um bom investimento participativo à empresa de extração mineral traria vantagens para ambos os interessados, então concede à Vale do Rio Doce (Atual Vale) vários incentivos como cita     Pinto (1982).


Para atrair empresas para a Amazônia, o governo federal instituiu uma série de favorecimentos e incentivos vigentes na região. O maior deles é aplicação de 75% do investimento necessário através da Sudam (...). Agora para transformar Carajás na maior central de geração de dólares do país, o governo dará mais vantagens do que as que já concede normalmente às empresas que se instalam na Amazônia Legal. Um “regime especial de incentivos” foi instituído para favorecer os empreendimentos que se desenvolverem dentro do programa Grande Carajás (PINTO, 1982, P.85).



4.      A SERRA DOS CARAJÁS 

A Serra dos Carajás é o local que se encontra o projeto Grande Carajás que é justamente onde foram implantados os incentivos do Governo Federal com a função da extração de minério de ferro. A Serra dos Carajás está localizada no sudeste do Estado do Pará e lá se concentra a maior província mineralógica do planeta, abrigando a maior jazida de minério de ferro explorada do mundo, pois além do ferro, pode-se extrair manganês, cobre, ouro e níquel. Com os incentivos, foi implantado a unidade de conservação de uso sustentável na cidade de Parauapebas, assim como a instalação do Núcleo Urbano, uma vila na Serra onde abrigam mais de 5 mil pessoas as quais contribuem como funcionários da empresa. A construção da estrada de ferro de Carajás com seus 892km com o objetivo de transportar o minério até o porto Ponta da Madeira em São Luiz no Maranhão na baía de São Marcos, empreendimento também construído e implantado pela Vale do Rio Doce (VALE).


                        Fonte: Luiz Henrique Almeida Gusmão, 2015.


Enfim a turma do professor Átila chegou à área de mineração onde puderam visitar vários locais do projeto Grande Carajás o qual ficaram impressionados com o uso de grandes caminhonetes para o transporte do minério, automóveis grandes de 13 metros de altura. Pela imponência da tamanha quantidade de equipamentos em operação em um projeto desafiador; de fato o incentivo do Governo Federal deu acesso a esse crescimento de investimento, pois seria necessário um maquinário específico tanto para a extração quanto para o transporte do minério até as esteiras onde são levadas para o

beneficiamento e separação, seguindo viagem pela estrada de ferro até o Porto Ponta da Madeira       que também teve um grande investimento para sua estruturação.

 

Assim como ficaram maravilhados com o projeto Grande Carajás e suas outras obras tanto na extração quanto no planejamento da conservação ambiental, ao se despedirem das instalações de todo o complexo, desceram a Serra pela Rodovia Mascaranhas e chegando à cidade de Parauapebas, assim como perceberam a arquitetura da cidade e seus morros, construída e organizada para a estrada de ferro, também perceberam que a cidade é bastante quente no período do verão, uma característica física do sudeste do Pará, assim como o professor Átila caracterizou remetendo ao “far west”, caracterização seca de poeira vermelha, um domínio morfoclimático natural nos Estados Unidos da América. Entretanto todos notaram que a cidade também possui suas problemáticas sociais, como cita o autor, Parauapebas possui uma das maiores rendas per capta do Brasil, entretanto por esse fato existe um fluxo migratório muito grande sobre o município que desencadeia um crescimento desordenado, pois a pobreza que existe nas áreas mais periféricas é resultado desse fluxo de migração com o resultado da desordenação pela má administração. Na verdade o que é perceptível são as questões de uma falta de distribuição dos resultados (renda) pelos recursos naturais, onde a população não é afetada diretamente com o resultado dos recursos e assim, existe esse desordenamento tanto social quanto econômico, gerando pobreza aos menos favorecidos; ainda se questionando por morar em uma cidade “rica”, tem seus “moradores” mais abastados com uma vida de alta vulnerabilidade social às áreas periféricas, nas palafitas às margens do Rio Parauapebas.

 

No ano de 2019 o professor Átila iniciou seu doutorado onde ele trabalhou as perspectivas do crescimento demográfico, comercial e industrial da cidade de Parauapebas, como ele cita “ as estratégias de desenvolvimento regional”. Sabemos que determinado espaço necessita evoluir, se desenvolver e por isso seus líderes, autoridades governamentais necessitam trabalhar estratégias e meios de implantar políticas de gestão as quais de alguma forma irão contribuir para o desenvolvimento de determinado local que no futuro pode se tornar um grande munício o qual contribuirá em média ou grande escala para o desenvolvimento do país; assim como do próprio estilo de vida social das pessoas que compõem toda aquela região, como é o caso da Cidade de Parauapebas que foi o campo de pesquisa do professor Átila. Uma questão que foi levantada e que se tornou de suma importância para a pesquisa foi a abordagem da disciplina, “ A Cidade e o Urbano na Amazônia”, pois esta metodologia objetiva trabalhar de uma forma a analisar a formação do espaço urbano regional, levando mais em consideração a Amazônia Oriental.

Seu retorno à cidade de Parauapebas em julho de 2021 lhe fez compreender que o trabalho de campo não deve ser usado apenas para especificar determinadas informações daquele espaço, mas tornar muito mais importante as dinâmicas da percepção dos fenômenos que são analisadas pelo olhar de um viajante. Professor Átila teve a percepção de mudança tanto no ponto de vista demográfico quanto na morfologia física urbana. Parauapebas se tornou foco central de migração e nesse contexto, o inchaço demográfico crescia à medida que iam surgindo cada vez mais oportunidade de emprego. 


Empreendimentos, empresas do ramo comercial se expandiram cada vez mais, mudando completamente as características físicas de toda a região. Exemplo foi o investimento para a construção do Partage Shopping, Atacados e lojas de utilidades domésticas como a Havan nacionalmente conhecida pelo ramo.


Reforçado por Sposito (2005), os shoppings Centers, geralmente, são responsáveis por novas centralidades, uma vez que a concentração de diversos estabelecimentos ligados ao comércio e aos serviços numa certa localização incorpora os mesmos atributos que se encontram no centro comercial tradicional.

 

O grande capital imobiliário na construção de novos estilos de moradias (vertical), arranha-céus em condomínios de alto padrão e suas caracterizações de um grupo de sociedade mais elevada. Entretanto a mudança se expandiu também a pessoas mais pobres sem condições de possuir uma residência de alto padrão, os conjuntos habitacionais gerados pelo Programa Federal Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) trouxeram um novo panorama à vista da cidade, trazendo uma característica bem mais modernizada e como consequência, a expansão demográfica cada vez mais crescendo. O investimento e incentivos pelo Governo Federal na Construção do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Parauapebas (IFPA) trouxe a oportunidade de jovens e adultos terem a chance de estudar, se graduar em cursos Técnicos ou Superiores e de tal forma, sempre existe uma contribuição para a elevação da produção e desenvolvimento de uma cidade que em poucos anos apresenta um grande crescimento.


5.      CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise elaborada a partir das questões sociais, econômicas e políticas em sua determinada região do Sudeste do Estado do Pará, especificamente à Cidade de Parauapebas, nos provam que a releitura do artigo em questão abordado do Professor Dr. Átila Kzam e a geografia da percepção pela observação de suas perspectivas e evidências, são tão atuais quanto ao seu período em que a cidade foi fundada em decorrência da mina de Grande Carajás, época de grande transição naquele espaço. A preocupação maior é exatamente sobre como encarar e de alguma forma amenizar as problemáticas relacionadas à questão da densidade demográfica desenfreada sem cálculos específicos, uma carência que cresce à medida que o espaço se expande. Abordar o processo de transição de cidades que estão crescendo sem controle é um ponto de vital importância a se discutir para os dias de hoje. Em consequência as péssimas condições de submoradias em locais mais afastados dos centros urbanos são uma problemática que se desenvolvem a partir da falta de distribuição de renda à população ou má administração por parte de seus governantes, faltando incentivos a mais a essas classes que pouco ou quase não são assistidos, mesmo morando em uma cidade que possui um dos maiores PIB do Brasil, ainda assim não dispõem da qualidade atestada para um ótimo desenvolvimento saudável. Então as exemplificações apresentadas pelo autor dentro dos aspectos da carência de vida social diante da evolução do seu próprio espaço quanto aos olhares geomorfológicos físicos e humanos, e suas especificidades nos levam à uma racionalização por uma remodelagem dentro deste novo perfil de vida brasileira.



Bibliografia

AB ́SABER. A Amazônia: do discurso à práxis. 2ed. São Paulo: Edusp, 2004.

O espaço como palavra-chave. GEOgraphia, v. 14, n. 28, 2012. HUMBOLDT, A. Cosmos: ensayo de un descripción física del mundo. Madri: Gaspar y Roig, 1874.

 

KZAM, Á. Transformações Espaciais Na Amazônia Oriental: Parauapebas Como Cidade Média. Revista GeoAmazônia, Belém, v.9, n.1: p.88-110, 2021.

 

KZAM, A.; PINTO, L. Amazônia Decifrada: para quem quer ser amazônida. Belém: SEE, 2013.

 

PINTO, L. F. Carajás: o ataque ao coração da Amazônia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.

 

PORTO-GONÇALVES. C. Amazônia, Amazônias. 1a Ed. São Paulo: Contexto, 2001.

 

ROSS, J. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do Departamento de Geografia, n. 4, p. 25-39, 2011.

 

SPOSITO, M. E. O chão em pedaços: urbanização, economia e cidades no estado de São Paulo ». Presidente Prudente. Tese (Livre docência). Faculdade de Ciências e Tecnologia. Universidade Estadual Paulista, 2005.

 

TRINDADE Jr. S. C. Cidades na floresta: os "grandes objetos" como expressões do meio técnico-científico informacional no espaço amazônico. Revista Do Instituto de Estudos Brasileiros, v. 51, p. 113-150, 2010. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i51p113-150.

 

S. C. Um “skyline” em mutação: o velho centro e as transformações urbanas em Belém. Novos Cadernos NAEA. v. 21, n. 1, p. 57-78, jan-abr. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v21i1.5824.

 

WULF, A. A invenção da natureza: A vida e as descobertas de Alexander Von Humboldt. São Paulo: Planeta, 2016.

 









Comentários

  1. CRÍTICAS DE EDIR MACEDO CONTRA ANA PAULA VALADÃO

    Depois de causar polêmica ao comparar igrejas pentecostais com centro de umbanda, o bispo Edir Macedo e outros pastores da Igreja Universal do Reino de Deus causaram revolta nos fãs do grupo Diante do Trono. Isso porque em dois programas da IURD a cantora Ana Paula Valadão foi usada como exemplo de cantores evangélicos que são “possessos por demônios”.


    Em um programa o líder da IURD afirmou que para ele 99% dos cantores gospel são endemoniados e perturbados. ”O diabo também promove dentro da Igreja grandes cantores, cantoras e que fazem grandes sucessos, mas aquele sucesso é justamente uma mensagem subliminar para iludir os crentes”, disse ele.

    O bispo Marcio, que estava apresentando o programa com Edir Macedo, deu exemplo da cantora do DT que na última edição do Congresso Internacional de Louvor e Adoração Diante do Trono “caiu na unção” quando foi ungida por um pastor finlandês.

    Na igreja Universal “cair na unção” é o mesmo que cair possesso por demônios e por esse motivo o vídeo deste dia de congresso na sede da Igreja Batista da Lagoinha foi divulgado durante o programa na IURDTV . No programa “Nosso Tempo” o bispo Romualdo Panceiro reprisou o vídeo duas vezes para frisar aos telespectadores que a cantora estava possuída e que por esse motivo não cantaria mais as canções do Diante do Trono.
    Resposta

    Em seu Twitter, a cantora Ana Paula Valadão respondeu as críticas afirmando para seus seguidores não se preocuparem “Não se preocupem comigo qto a essas críticas…estou em paz no meu Senhor!” e até ficou feliz com o ocorrido “Interessante ser criticada por me render corpo e alma em adoração na Presença de Deus…até me regozijo por isso…não me deixarei intimidar”

    ResponderExcluir
  2. EUA: orgão diz que Coca e Pepsi têm potencial cancerígeno: Testes feitos a pedido de instituto de defesa do cons... http://t.co/y0wqnmsQ
    - Postado 13 horas atrás -

    Militares israelenses recebem lições bíblicas por telefone: Dezenas de oficiais das Forças de Defesa de Israel, ... http://t.co/JG3p0d1l
    - Postado 13 horas atrás -

    EUA: orgão diz que Coca e Pepsi têm potencial cancerígeno: Testes feitos a pedido de instituto de defesa do cons... http://t.co/dIweb4QD
    - Postado 13 horas atrás -

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

RESENHA: BARCARENA, FORMAÇÃO TERRITORIAL

A VIDA E MORTE DOS MAMONAS ASSASSINAS

PROCESSOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO ESTADO DO PARÁ