A ECONOMIA DAS DROGAS DO SERTÃO


     A ECONOMIA DAS DROGAS DO SERTÃO





SOBRE O AUTOR

André José Santos Pompeu é Doutor em História pela Universidade Federal do Pará e professor substituto da Faculdade de História, do Campus Universitário de Bragança, da Universidade Federal do Pará e neste fichamento sobre seu texto que acentua a questão das drogas do sertão no período colonial amazônico, será abordada pontos específicos de uma época que deixou marcada na história esse processo de transição que identificaram a economia na fase mais conhecida como uma economia voltada ao extrativismo, justamente em decorrência das drogas do sertão. Entretanto como cita o autor, uma economia empobrecida e fadada ao fracasso, por exatamente as pessoas que manuseavam essas drogas não terem se preocupado com todo o processo de suas atividades e administração a esses recursos disponíveis.



BREVE ANÁLISE SOBRE OS ASPECTOS DA COLÔNIA PORTUGUESA

Aqui nesta análise o que se aborda de fato são os aspectos em que a colônia Portuguesa estava centralizada, ou seja, em um território divido em dois estados, Brasil e o estado do Maranhão. Contudo, neste processo o interesse de abordagem é sobre o estado do Maranhão. Este espaço que correspondia a boa parte do território amazônico e é dentro deste contexto que se faz essa análise sobre as drogas do sertão e sua economia. Esses produtos que eram trazidos de dentro da mata, da floresta para o comércio e alavancar de alguma forma a economia local do estado. É importante salientar que ambos os estados, tanto Brasil quanto Maranhão estavam incumbidos na tarefa de expulsar os inimigos Habsburgo que já permaneciam na Amazônia desde o início do século XVII com claros objetivos de obtenção dessas especiarias e outros produtos afins e por que não uma remota posse do território. A América Portuguesa passava por esse momento. Com o esforço do estado do Maranhão em defender a colônia portuguesa, este movimento acabou que transferindo um contingente de pessoas no norte do estado do Brasil para a Amazônia. O fato de suas economias e cultivos já se encontrarem defasadas, essa mudança veio a calhar na tentativa do cultivo da cana e na produção de açúcar. Na oportunidade, Francisco Caldeira Castelo Branco iniciou os engenhos neste território Amazônico que logo mais seria capitania do Pará.

Porque o Autor cita em determinados momentos que a economia das drogas do sertão se tornou com o passar do tempo uma economia de ruínas?

“Existe quase um consenso com relação a importância das drogas do sertão na historiografia do século XX. A grande maioria dos autores repete a máxima de que a economia da Amazônia portuguesa esteve assentada em uma base extrativista, sobretudo, na coleta e exportação das drogas do sertão. No entanto, vivemos um paradoxo dentro dessa historiografia, pois, na mesma proporção em que as drogas do sertão são elencadas como importantes para a economia da Amazônia portuguesa, a historiografia também vaticina que essa mesma economia amazônica era débil, insipiente e fadada a ruína e ao fracasso” (p.4).

Na verdade, como cita certos autores no presente texto, se limitar a acreditar que a importância da economia das drogas do sertão como a principal atividade econômica desenvolvida na Amazônia Portuguesa, seria refúgio para se alavancar em riquezas, eles também acreditavam que esse modelo extrativista era fraco e insipiente e de fato era mesmo, principalmente quando o estado perdeu controle sobre seu comércio das especiarias para os territórios Asiáticos. Entretanto a problemática que que apresentou a ineficácia desse tipo de economia através do extrativismo das drogas do sertão não era a sua identificação por si própria, e sim, devido a uma má administração de cunho dependente por parte do missionários da companhia de Jesus que em boa parte detinham o “poder’ nas mãos, pois eram eles que ‘dominavam” os índios que trabalhavam na extração dessas drogas, ou seja, o monopólio dessa economia acabava a se consolidar e centralizar sob o poder dos missionários. Os missionários acabaram controlando a economia, os tais que a coroa os colocou como administradores das vilas em todo o território amazônico. Pra controlar a economia e o extrativismo? Não! Por esse viés de administração, acabaram que desconcentrando a economia, trazendo ruínas e monopolizando a economia nas mãos de quem tinha por outras funções trabalhar a catequese dos índios e administrá-los no trabalho extrativista, sempre levando em consideração que o poder da economia era de propriedade da coroa portuguesa.

Nesse sentido compreende-se as causas do comércio da Ásia ter se enfraquecido em decorrência das drogas do sertão terem sido apresentadas como ineficaz naquele período. O motivo de o estado do Brasil ter se expandido foi em decorrência dos plantations que acabou por crescer, pois não se detiveram em apenas um único meio de produção para se concentrar a economia.

O texto apresenta alguns autores que defendiam a questão da economia da Amazônia Colonial, contudo outros nem tanto, pois em ambas as ocasiões, a maioria compreendia que a economia da Amazônia portuguesa estava se apresentando como fadada e falida, não só porque a economia esteve monopolizada nas mãos dos Missionários da Companhia de Jesus e que de fato foi uma contribuição para esse fracasso; contudo o pensamento desses autores estava fundamentada que antes do ministério Pombalino a economia Amazônica estava fadada ao fracasso. Esses autores começavam a apostar e acreditar que a ascensão da economia da Amazônia Colonial com o restante do império se daria a partir da segunda metade do século XVIII, pois esse novo pensamento racional de reerguer essa parte do império seria dispor seus territórios para a agricultura, aposta que de fato deu certo. É importante também entender que a economia só se estabilizou de certa forma e passou a se expandir ao resto do império a partir do ministério Pombalino que por sua vez expulsou os missionários da Amazônia, esses quais estavam deteriorando a concentração da economia da Amazônia Colonial, a monopolizando em suas mãos.

As maiores questões que permeiam as ideias e críticas dos autores que são citados nesse texto, são exatamente trabalhar uma abordagem a partir das problemáticas que envolviam se de fato as drogas do sertão se tornaram um aspecto mais inovador, porém pobre por acreditar que apenas um único recurso seria tão acessível para sustentar as ideias de uma economia que perduraria, mesmo diante da economia do estado do Brasil através dos plantations; porém outros autores insistem em se conscientizar que os mesmos territórios onde se encontravam as drogas do sertão ao centro da mata, poderiam racionalizar o uso dos mesmos para reerguer a falida economia amazônica colonial em um renovo através da agricultura.

As drogas do sertão em si não se tornaram um problema e causa de uma fase falida, mas a ideia volta a dizer que uma péssima administração centralizada nas mãos de outros tende sempre a se corromper.



REFERÊNCIA

POMPEU, André. A Economia das Drogas do Sertão na Amazônia Colonial (Primeira Metade do Século XVIII). História e Economia, v. 27, n. 2, p. 17-33, 2022.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESENHA: BARCARENA, FORMAÇÃO TERRITORIAL

A VIDA E MORTE DOS MAMONAS ASSASSINAS

PROCESSOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO ESTADO DO PARÁ